A arte de viver - O Extraordinário em Nós
- Deus é Artista
- 20 de abr. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 21 de abr. de 2020
O Extraordinário em Nós é uma produção musical do cantor, músico e compositor, Paulo Nazareth. O EP é composto por 6 canções, tendo como faixa principal a mesma que carrega o nome do trabalho. A música “O Extraordinário em Nós” foi publicada nas plataformas digitais no de 26 de outubro de 2018 e tem, até o momento, 153.158 visualizações visualizações no youtube.
Com um ritmo envolvente e alternativo, Paulo Nazareth traz através da arte musical questões sobre a existência humana: seus motivos e propósitos. Porém, longe de ser um álbum existencialista e melancólico, o artista enche as suas canções de Esperança com “E” maiúsculo. “O Extraordinário em Nós”, tem uma letra simples, mas intencional; carregada de significados nas entrelinhas de cada verso. Com um tom de sinceridade e sentimento de descoberta, Paulo brinca com o ritmo e com as palavras ao longo da produção.
A canção traz a profundidade de cada indivíduo, algo que além de ser demonstrado na letra também é retratado na arte que caracteriza o álbum: um bonequinho com vários reflexos, com estrelas e cometas dentro de si.
Apesar de não citar explicitamente o nome de Deus ao longo da canção, fica evidente o objetivo do artista em retratar a presença do divino em cada ser humano. Ao ouvir a música lembramos o quanto nosso coração anseia pelo eterno, pelo imutável, pelo extraordinário.
Na primeira estrofe, o cantor inicia falando sobre identidade. Um tema recorrente, mas antigo. Afinal, quem somos? É uma pergunta que reverbera no coração humano desde a antiguidade; desde o momento em que a identidade do homem e da mulher foi manchada pelo pecado, como é narrado em Gênesis 3.
Diante disso, podemos refletir sobre a existência de três “pessoas” em nós. Não que sejamos uma anomalia, uma mutação genética ou um extraterrestre. Deixe-me explicar: a primeira pessoa é aquela que pensamos ser. É a que olhamos no espelho, admiramos, elogiamos, criticamos...enfim, somos nós de acordo com nossas próprias observações. A segunda pessoa é aquela que os outros dizem que somos, mas aí tem um probleminha: se as observações feitas por outrem nos agradarem, tudo bem, mas se não...melhor seria não ter pedido a opinião alheia. (Não é isso mesmo que fazemos?). Já a terceira, última e mais importante pessoa é a que Deus diz que nós somos. Corrigindo: acredito que esta deve ser a primeira. Afinal, quem melhor do que o criador da humanidade para conceituá-la?
A questão é que sem percebermos demonstramos em que cremos: se acreditamos em nossa própria visão, se nos apoiamos nos conceitos alheios ou se nos firmamos na verdade de Deus. Isso será demonstrado na forma como conduzimos nossa vida, estejamos em festa ou em silêncio”, como disse o próprio Nazareth.
Ele ainda questiona: Nos lugares onde vou / Quem me repara será que enxerga Personagem de outro reino / Peregrino por inteiro aqui? E é por reconhecer que sua identidade está em Deus, ou seja, no Rei, que ele busca saber se suas atitudes o caracterizam como personagem de outro reino, como um peregrino por esta terra.
Apesar de toda essa informação inicial, é o refrão que explode tanto ritmo quanto verdade (mais verdade ainda). Ele diz:
Não é pelo que já ficou pra trás
É muito além do que se pensa sobre mim
O que há de revelar quem sou
Lá no fundo
Tanta coisa pra contar a história
Se for por inteiro a vida aqui
É o começo do extraordinário em nós
Pra sempre! (uuh, uuh)
Nesses versos, Paulo continua a falar sobre identidade. Uma nova identidade. Ao dizer: “Não é pelo que já ficou pra trás”, podemos nos referir ao que a Bíblia diz em 2 Coríntios 5:17: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!”. Ele sabe que esse novo conceito está além de uma definição humana. É algo que ainda será completo, que está além das aparências; é muito além do que se pensa ou que se vê. É algo que há de ser revelado, não superficialmente, mas lá no fundo. Novamente citando a Bíblia: “Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.”(1 Coríntios 13:12)
Nesse trecho também podemos perceber o anseio e a Esperança nas letras do artista:
Tanta coisa pra contar a história
Se for por inteiro a vida aqui
É o começo do extraordinário em nós
Pra sempre! (uuh, uuh)
Ele sabe que a vida com Cristo é o começo que não terá fim, pois ao reconhecê-lo como Senhor de nossa vida já começamos a desfrutar do presente da vida eterna ainda em território humano. Ele reconhece que a vida está além do que é passageiro e sabe que esse dádiva não está relacionada a seus próprios méritos, tampouco a seus bens materiais. O artista é categórico em dizer:
Não é por conta do que sou capaz
E muito menos por conta bancária
O que há de revelar
Quem sou lá no fundo
O Extraordinário em nós nos faz lembrar quem somos de verdade: pessoas com a eternidade plantada no coração. Provavelmente, Paulo Nazareth já leu alguma obra de C.S Lewis, famoso escritor inglês (um dos meus favoritos e não duvido que também seja do Nazareth). Lewis escreveu em uma de suas obras: “Se eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo possa satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para um outro mundo.” O mais interessante é que nosso livro favorito em comum já dizia isso bem antes: “Ele [Deus] fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.” (Eclesiastes 3:11). É isso. Como dizem nossos amigos “Os Arrais”: “ existe mais para a vida do que nossos olhos enxergam”, mas isso aí já é uma análise de outra uma outra música. Confesso que me empolguei. É porque o extraordinário é extraordinário demais!
Sara Albuquerque
SDG/ES
Confira
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