O Náufrago em nós e a busca pelo controle do tempo
- Deus é Artista
- 8 de fev. de 2020
- 3 min de leitura

Chuck Noland (Tom Hanks) é um neurótico pela pontualidade. Um personagem emblemático, obcecado pelo tempo. Chuck é o personagem principal do filme Náufrago. Sim, é aquele filme mesmo que você pensou! Aquele que o personagem conversa com uma bola de vôlei, ou melhor, com o Wilson. Provavelmente você já deve ter assistido esse filme na sessão da tarde ( Se você não assistiu esse filme na sessão da tarde, volte duas casas no jogo da vida hahah). Como fazia um tempinho que eu já havia visto o filme, resolvi assisti-lo novamente até porque não me lembrava de quase nada, a não ser da parte do Wilson hahaha. Mas, enfim, eu não assisti ao filme apenas com o intuito de lembrar do enredo, mas também para compreender a mensagem que ele transmite.
Certo dia ouvi alguém falar o quanto a comunicação social é importante e o quanto temos necessidade de nos relacionar, e citou o exemplo de Náufrago, já que em meio a solidão de estar perdido em uma ilha, o Chuck começa a conversar com uma bola (o Wilson mais uma vez). Lembrei disso, mas também prestei atenção em outra coisa: a obsessão pelo tempo.
Temos um imenso desejo de controlar o tempo. Queremos que ele trabalhe a nosso favor. Somos modelados e queremos modelá-lo. Quase uma relação entre rei e vassalo, no qual este último, não aceita as ordens do soberano calado, mas também quer impor suas vontades. Era isso que o Chuck queria para assegurar a credibilidade da empresa de entregas para a qual trabalhava. Mas aí, a vida deu uma curva que ele não esperava: o avião que transportava as entregas caiu no mar e o Chuck foi o único sobrevivente. Lá estava ele: sem bits nem relógios. Afinal, o relógio que ele carregava em seu bolso foi danificado pela água e o que restou de valioso foi a foto de sua esposa que estava gravada dentro do objeto. Pois é… Chuck estava sem o controle do tempo, mas nem tanto. No filme, vemos que ele deu um jeito de se manter orientado em relação aos dias e meses, contabilizando ao final 1500 dias na ilha.
Somos náufragos em busca pelo controle do tempo. Às vezes, é necessário estarmos em uma ilha para percebermos isso. Deus é um ser transcendente, composto por atributos que o caracterizam como único e suficiente. Um dos atributos incomunicáveis de Deus, ou seja, aqueles atributos que perpassam a nossa capacidade humana, é a onisciência, sua especial capacidade de saber todas as coisas, em todos os tempos. Para Ele, não há limitação de bips ou de localização geográfica, e é na ilha, quando estamos carentes de artifícios humanos, que percebemos a nossa dependência, nossa vulnerabilidade e a nossa limitação.
O tempo não é uma criação humana, mas sim uma criação divina. Foi Deus quem nos fez com noção de tempo, espaço, e presenteou a humanidade com os corpos celestes que servem para a marcação das estações, dias e anos ( Gn 1:14). Certa vez, ouvi o cientista e professor Adauto Lourenço falar que Deus nos presenteou com o tempo para que possamos ter noção do que é eterno. Realmente, sem referência seria difícil entender expressões como “nunca” e “para sempre”. Bom, agora que tenho isso firme em meu coração, agradeço ao Senhor do tempo. É bem verdade que o calendário tal como conhecemos hoje é uma convenção humana, mas o principal, que é o ponto de referência para a marcação do tempo, é obra de Deus, o primeiro relojoeiro do mundo!
Com carinho, Sara Albuquerque
Calma, não sai agora! tenho um recadinho para você
Oii! obrigada por estar aqui comigo ♥
Olha, escrevi um textinho sobre o "tempo" (tema que amo escrever, acho que já deu pra perceber né? hahaha) que se chama "Irreversível". Escrevi esse texto baseada em uma peça da Cia Nissi que carrega o nome do texto, ou melhor, o texto é que carrega o nome da peça hahaha.
Enfim, se você ainda não leu, leia Irreversível clicando aqui.
Um abraçoooo
Ah, e não esquece de conferir as dicas de música, ein?
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