A missão é uma via de mão dupla!

72º Projeto Missionário da Missão Juvep - Porto da Folha, Sergipe

Geralmente quando vamos a um projeto missionário, logo pensamos no quanto podemos ser úteis na obra de Deus. Vislumbramos momentos de evangelismo, de comunhão com os irmãos, e muitas experiências para contar quando voltarmos para as nossas igrejas.

Pensar em como podemos servir ao Reino com dedicação não é algo ruim, pelo contrário! É importante que tenhamos um coração disposto a trabalhar na obra do Senhor e a compartilhar o que Ele tem feito; no entanto, muitas vezes nos esquecemos o quanto a missão é uma via de mão dupla: em nós e através de nós.

Eu fui para o 72° projeto missionário da Missão Juvep com muitas demandas no coração : preocupações, paixões e inseguranças que me faziam sentir - me incapaz de realizar a obra de Deus. Me sentia insensível e orava para que Deus quebrantasse o meu coração. Em um dos momentos de oração, escrevi o seguinte : "estar aqui tem sido como estar frente a frente de um grande espelho. Eu não sabia que havia tantas áreas da minha vida que precisavam ser tratadas, e uma delas é a minha vida de oração e comunhão com Deus.”

Porém, é maravilhoso saber que o Senhor nos conhece profundamente! Ele sabe trabalhar exatamente onde mais precisamos de conserto, e nos primeiros dias em Porto da Folha (cidade-alvo do projeto) durante o período de intercessão, um dos irmãos nos trouxe uma reflexão baseada no Salmo 126. Apeguei-me ao verso 4, que diz: " Senhor, restaura - nos, assim como enches o leito dos ribeiros no deserto", e esta passou a ser a minha oração; em meu coração pedi que o Senhor me restaurasse e me avivasse em amor.

Durante o projeto, Deus me ensinou sobre pôr os olhos naquilo que realmente importa, a valorizar o que é eterno. Aprendi que para priorizar o que realmente importa eu preciso primeiramente amar. A missão não se trata de mero ativismo, mas de amar primeiro, como a Bíblia nos diz em 1 Coríntios 13:1,afinal, "Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como prato que retine."

É este amor que Cristo planta em nossos corações que nos impulsiona a ir, a fazer, a nos dedicar a obra de Deus e ao outro. Não é sobre o quanto eu faço, mas sim sobre o quanto eu amo.

Ah, e sim! eu voltei com novas experiências e testemunhos para compartilhar com meus irmãos. Conheci crianças, adultos, jovens, adolescentes e idosos que careciam de ouvir o Evangelho. Estive na cidade, em povoados próximos e em zonas rurais. Ouvi um rapaz perguntar:” mas como eu faço para receber Jesus no meu coração?”, vi uma criança com os olhos atentos ouvir pela primeira vez sobre Deus e a criação, pude compartilhar sobre o verdadeiro sentido da vida com jovens que conheci na praça, e sorrir ao ver idosos declararem que só em Jesus há salvação. Vivi lindos momentos de comunhão com meus irmãos em Cristo, sorri, chorei, e principalmente aprendi. Aprendi que a missão é simultânea: Deus trabalha em nós e através de nós!

SDG / ES

Com carinho, Sara Albuquerque ♥