O anseio que atravessa gerações
- Deus é Artista
- 30 de jun. de 2018
- 5 min de leitura
Atualizado: 9 de mar. de 2019

Como a humanidade mudou. É intrigante e interessantíssimo o quanto os utensílios criados pelos homens evoluíram e continuam a ganhar novas qualidades ao longo do tempo. Hoje, para cozinhar basta que eu gire um botão e logo um fogo azulado aparece; para ligar a luz do meu quarto uso o mesmo mecanismo. Nada de velas (salvo quando falta energia) ou candeeiro… basta um toque e o “dia raiou” em meu pequeno espaço. Falo com pessoas de diversos países utilizando um dispositivo móvel, posso atravessar o mundo em horas viajando de avião, e não preciso ficar molhando uma pena na tinta para escrever algo. Utilizo uma caneta, meu celular ou notebook.
Dos tempos mais remotos aos mais tecnológicos podemos observar o quantos nós temos a capacidade de criar e nos reinventar. Somos naturalmente seres construtores, dotados de uma capacidade criativa e racional que nenhum outro ser vivente possui. Somos privilegiados, os únicos feitos à imagem e semelhança de Deus.
Enquanto escrevo isto estou em uma loja de departamento no shopping da minha cidade, diante dos mais diversos produtos, das mais variadas pessoas e escutando uma música ambiente que oscila entre gêneros diferentes. No livro “A Morte da Razão” de Francis Schaeffer, ele diz que: “ mesmo com todas as conquistas obtidas em vários níveis sociais e tecnológicos neste últimos decênios não houve nenhum avanço na resolução do mal estar do homem em relação ao mundo para consigo mesmo e a eternidade.”
Fico pensando como foi há tantos anos: o Éden, depois a queda, as civilizações, os reinos, impérios, e hoje. Como esse cenário seria impensado há alguns séculos. Como mudamos. Como nossas vestes mudaram. A música, a arte, os costumes, pensamentos… mudaram. Às vezes não paramos para refletir acerca da nossa história. Nem tudo foi como é hoje. Estou escrevendo isto em meu smartphone, vendo outras pessoas usarem seus mais diversos aparelhos tecnológicos e outros acessórios que seriam inusitados para os nossos antepassados.
As coisas mudam, isso é fato, mas nem tudo é passageiro. Os homens e mulheres de todas os séculos possuíam e possuem algo em comum: são dotados de mente, alma e espírito. Apesar das mudanças no espaço e no pensamento da sociedade ao longo dos anos, os seres humanos sempre tiveram um lacuna em seu ser. Foram, e ainda são muitas as tentativas de preencher o vazio que insiste em existir no coração do homem, através de filosofias, religiões, sistemas políticos, fama, riquezas, novas tecnologias....a lista é enorme. “Este sistema político e econômico é o melhor...precisamos dele”, pensamos. Ou “talvez esta teoria seja a resposta para as nossas indagações!”, acreditamos. Mas deixe-me te falar algo: nossas especulações não são suficientes.
Buscamos um significado: fomos criados com este anseio pelo transcendente pelo eterno, imutável. Nunca estamos satisfeitos e vivemos em busca de uma motivação para viver. Mesmo aqueles que negam que exista algum propósito já assumiram uma posição diante da vida. Por mais que nossas criações, descobertas científicas e avanços tecnológicos sejam muito importantes, não são suficientes, tampouco nos dão as respostas existenciais que precisamos.
No seu documentário ‘Como Viveremos” ¹ Schaeffer dá o exemplo das pontes arqueadas construídas em Roma séculos passados. Elas foram feitas para suportar uma certa quantidade de peso que era comum trafegar naquela época, porém, se um caminhão moderno tentar passar através daquela ponte ela se quebraria.
“[...] Pessoas e animais passaram sobre elas [ as pontes arqueadas] durante séculos, durante dois milênios, mas agora se alguém dirigir com um caminhão totalmente carregado sobre ela, se quebraria. É desta maneira com a vida e os sistemas de valores dos indivíduos em culturas. Se eles não têm uma base mais forte sobre a qual construírem do que sua própria finitude e a sua própria limitação eles poderão permanecer se a pressão não for o suficiente mas se a pressão aumentar, se eles não tiverem uma base forte suficiente, eles desabariam assim como essas pontes romanas desabariam se alguém dirigisse sobre ela com um caminhão moderno de 10 toneladas. A cultura e a liberdade do homem são frágeis. Se não há uma base forte o suficiente levará somente um tempo e frequentemente não muito antes de haver um colapso.”
Este é o nosso cenário. Muitas pessoas não sabem de onde vem, para onde vão e por que as coisas são como tal. Conhecem tanto mas desconhecem sua essência. Mas há respostas. O Criador é a resposta para todos os anseios do coração do homem, afinal, ninguém melhor que o inventor de uma máquina para conhecer os seus pontos fracos e fortes, e para saber a forma certa de concertá-la.
O problema é que procuramos conserto nas mãos de outros "mecânicos" que não conhecem a máquina como o grande Inventor. Em muitos casos, até tentamos nos consertar sozinhos. Tentamos criar pontes firmadas em nossa finitude ou na volubilidade das coisas deste mundo, esquecemo-nos que somos limitados e que tudo passa.
Em seu livro, 'Uma vida com propósito', Rick Warren diz:
"Você só existe porque Deus deseja que você exista . Você foi feito por Deus e para Deus - e , enquanto não compreender isso, a vida jamais terá sentido. É somente em Deus que descobrimos nossa origem, nossa identidade, o que significamos, nosso propósito, nossa importância e nosso destino. Todos os outros caminhos levam a um beco sem saída."
Por mais que tenhamos mudado o Deus Criador de todas as coisas, que não tem início nem fim permanece o mesmo. Precisamos de algo maior para firmamos a nossa vida, uma Rocha Eterna e Inabalável. O imutável em um mundo mutável, uma fé sólida em uma geração líquida.²
Amigo (a), se você sente um vazio em seu coração que nada neste mundo consegue preencher você não é um estranho, pelo contrário, você apenas está sendo quem foi criado para ser: um indivíduo dependente de significado, propósito e amor eterno. Buscamos respostas em várias fontes, bebemos de suas águas e pouco tempo depois voltamos a sentir sede e então partimos em busca de outra, outra, outra…. mas nossas fontes secam, nos decepcionam e a sede em nós continua latente. Jesus ao conversar com a mulher samaritana ofereceu a ela a fonte da água da vida, e quem dela beber jamais voltará a ter sede. Diante de nossos anseios, conceitos e perspectivas Jesus nos diz:
"Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna". (João 4:13,14)
Mesmo que este anseio atravesse gerações a resposta é a mesma: submissão a Deus e reconhecimento do seu senhorio, pois só Ele pode preencher todas lacunas do nosso ser. E um dia, este desejo por completude será sanado quando finalmente nos encontramos com Cristo!
Como disse C. S Lewis:
"Se eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo possa satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para um outro mundo...Se nenhum dos meus prazeres terrenos é capaz de satisfazê-lo, isso não prova que o universo é uma fraude. Provavelmente os prazeres terrenos não têm o propósito de satisfazê-lo, mas somente de despertá-lo, de sugerir a coisa real. Se for assim, tenho de tomar cuidado para, por um lado, jamais desprezar ou ser ingrato em relação a essas bênçãos terrenas, e, por outro jamais confundi-lo com outra coisa, da qual elas não passam de um tipo de cópia, ou eco, ou miragem. "
Um abraço!
Com carinho, Sara Isabelly
SDG/ES
¹ Como Viveremos? Episódio 1: https://goo.gl/vUhDWG
² Fé sólida para uma geração líquida - Jonas Madureira: https://goo.gl/MWsB2B e https://goo.gl/T74n9w
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