SÉRIE: O MAL DO ORGULHO ( Texto I: Um inimigo sutil)

Série: o mal do orgulho - Rafael Xavier e Sara Isabelly

Antes de iniciarmos gostaríamos de fazer algumas considerações. Durante o estudo para a elaboração dessa série de textos, nós oramos ao Senhor para que a Sua Palavra nos confrontasse e nos transformasse. Reconhecemos o nosso orgulho e oramos para que o Senhor nos ajude a encontramos a nossa identidade nEle dia após dia. A nossa oração é para que você também seja confrontado pela Verdade do Evangelho. Isso vai te incomodar, assim como nos incomodou, mas te apontará que para seguir a Cristo é necessário negar a si mesmo, tomar a sua cruz e segui-lo. Que Ele nos ajude nessa missão!

UM INIMIGO SUTIL - TEXTO 1/3

Muitas vezes - por mais que não seja tão confortável admitir isso - nos orgulhamos por nos considerarmos boas pessoas, aplaudimos interiormente nossas atitudes e somos fascinados por nós mesmos. Talvez ao ler isso você pense: eu não me encaixo nisso, não sou um fanático por mim mesmo. Mas, se parar um pouco e refletir sobre o que você pensou hoje provavelmente irá encontrar algum pensamento egocêntrico. Pelo menos eu, infelizmente, encontrei. Vou te dar um exemplo: atualmente com as mídias sociais, é comum imaginarmos as reações das pessoas ao verem tal coisa que aconteceu em nossa vida. Quem nunca pensou naquela foto incrível em um lugar tão bonito e que vai gerar muitos likes e comentários? Pois é. O orgulho é mais sutil e presente em nossas atitudes cotidianas do que nós pensamos e admitimos.

A verdade é que somos especialistas em apontar e perceber o orgulho nas outras pessoas, mas  não gostamos de percebê-lo em nossa própria vida. "Não existe nenhum outro defeito que torne alguém tão impopular, e mesmo as­sim não existe defeito mais difícil de ser detectado em nós mesmos. Quanto mais o temos, menos gostamos de vê-lo nos outros.”  (C.S Lewis - Cristianismo Puro e Simples).

Em determinadas situações podemos até não demonstrar o orgulho exteriormente, porém, quando no mais íntimo de nosso ser  pensamos de forma egoísta, nos sentimos superiores, mais eloquentes ou mais capacitados que os outros, embora não expressemos isso em palavras ou atitudes, já pecamos contra o Senhor. Ele nos conhece por completo, por isso,  não podemos disfarçar o nosso orgulho diante Dele. Sua Palavra nos diz: “ Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.  (Jeremias 17: 10)

Como é difícil esquecer-se de si. Deixar de lado nosso desejo velado por aplausos, reconhecimento e honrarias:  “[...] Temos orgulho apenas de ser mais bem-sucedidos, mais inteligentes ou mais bonitos do que os outros, e quando encontramos alguém mais bem-sucedido, mais inteligente e mais bonito do que nós, o que tínhamos perde a graça. Isso acontece porque não tínhamos alegria verdadeira nessas coisas.” (Ego Transformado - Timothy Keller)." É a comparação que torna uma pessoa orgulhosa: o prazer de estar acima do restante dos seres. " (C.S Lewis- Cristianismo Puro e Simples).

O mal do orgulho não é nenhuma novidade e vem acompanhado a humanidade desde o momento em que Eva não quis ser aquilo que havia sido criada para ser, desobedecendo  a ordem divina diante da proposta de “ser como Deus” (Gênesis 3:5). Quando Adão e Eva pecaram,  toda a descendência deles, isso nos inclui, nasceu com a mancha do pecado, e, consequentemente, do orgulho (Romanos 3:23 / Romanos 5:12). Afinal,qual é a mentira que tem governado a humanidade desde a queda do homem? É a convicção de que todo homem ou mulher pode ser seu próprio deus e viver em função da criação e não do Criador, sem sofrer qualquer consequência (Romanos 1:25). Por isso, o orgulho “ é o estado mental mais oposto a Deus que existe.” (C.S Lewis). Até mesmo nós, salvos pela Graça de Deus, precisamos fugir dessa armadilha todos os dias. Precisamos estar alertas para não cairmos nas sutilezas desse pecado (Tiago 4:7).

Mas louvado seja o Senhor porque Jesus foi tudo que nós não poderíamos ser diante de Deus. Diferentemente do que ocorreu no início, quando os seres humanos cederam à proposta de ser como Deus, Jesus Cristo veio ao mundo em forma de homem para resgatar e libertar a humanidade que outrora havia sido corrompida pelo orgulho. De forma oposta, Cristo "embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!" (Filipenses 2:3-8 - nvi)

Lembre-se: Se o pecado do orgulho foi o motivo da queda do seres humanos, a humildade de Cristo foi o motivo do nosso resgate!

SGD/ES

Rafael Xavier (missionário/ seminarista do Betel Brasileiro); Sara Isabelly (Graduanda em Jornalismo -UEPB/ Escritora no blog Deus é Artista).

A série continua! ---> Próximo texto: "Serviço ou ser visto?" Data: 18/02/2019